Arte da Guerra - Retorno (0)

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O temperamento esquentado, por exemplo, está mais ligado com nossas reações às frustrações do que com a raiva propriamente dita. E leva a atitudes precipitadas, palavras mal colocadas e por conseqüência a golpes baixos, naturalmente.
Já a precipitação implica na falta de controle e de foco. Perdido o foco, fica fácil escrever ou falar coisas que certamente vão atingir o outro. A menos que o outro tenha uma auto-estima muito bem consolidada para se deixar atingir.
Um bom exemplo de golpe abaixo da cintura é quando se fala o que não se deve. Achou lógico? Até é, mas é um pouquinho mais complicado, na verdade. Imagina, já que estamos num blog hospedado num mundo virtual, que você conheça alguém que um dia foi virtual e no real não é bem o que você imagina.
Pois bem, ainda assim você gosta da pessoa, tem carinho e logicamente não vai escrever uma coisa do tipo: o virtual não virou real, não deu choque. É o tipo de coisa que não se diz até porque ficará tácito no decorrer dos dias e o modo como as coisas caminharão que nada resultará dali. E podemos ir além e imaginar: e quando a recíproca for verdadeira. E se a outra parte também não sentiu nada, a atração evaporou-se por completo na mesma hora?
Pois bem, diante de uma situação assim a conclusão é fácil: uma das partes golpeou abaixo da cintura porque não pensou no que aquele tipo de comentário poderia causar ao outro e muito menos se era recíproco e como era, pelo menos nesse exemplo, e por isso sequer arranhou a auto-estima do “golpeado” digamos assim.
Desnecessário dizer que em uma “luta” esse tipo de golpe é inaceitável e a conseqüência é o corte total porque não há nada nessa pessoa que agregue valor ao outro.
Algumas atitudes inúteis como estas cabem bem no que Sun Tzu, escreveu sobre a guerra:
”Em uma guerra só os interesses do Estado contam. Um governante não deve declarar guerra por estar encolerizado. Um general não pode ir à guerra por estar ressentido. Pois um homem zangado pode tornar-se feliz. Um homem pesaroso pode ficar satisfeito. Mas um país destruído não pode ser recuperado. Um homem morto não pode reviver”. Sun Tzu.
“Ou seja, num relacionamento só os interesses do casal importam. Um deles não deve falar quando estiver encolerizado. Não pode ir às falas por estar ressentido. Pois um homem zangado pode tornar-se feliz. Um homem pesaroso pode ficar satisfeito. Mas um relacionamento destruído não pode ser recuperado. Um sentimento morto não pode reviver”.
Eu mesma.
Pois bem, é assim que as coisas terminam, que as páginas viram, catracas rodam e filas andam.
Na minha teoria, em hipótese nenhuma cabe o golpe baixo. Nada justifica e por ser assim, certamente quem o aplica morreria pra mim, se fosse o caso.
Quando se tem carinho, respeito, amizade e se for um casal, amor pelo outro não há hipótese que justifique um golpe desses.
Por isso, tantas "amizades" acabam "inexplicavelmente". Por isso, tantos amores vão morrendo lentamente até o dia que se torna insuportável conviver com o outro. Por isso, é melhor deixar ir, porque se de um lado houve respeito e nada se falou, do outro, não houve sequer carinho, muito menos respeito. E todo mundo sabe que na guerra ou no "amor" respeito ao "adversário" é fundamental.
Não podendo fugir do absurdo vamos ao excelente texto de um Saramago inspirado e inspirador!



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